sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Breves noções sobre o coma, o aneurisma, o natal, médicos, e avc's.

Hoje fiquei pasmo com a notícia: "jovem em coma acorda enquanto discutiam doação dos seus órgãos".

Ora bem. Ora, ora bem.

A mim parece-me uma notícia cravejada de interesse. Quantos de nós já não tiveram daquelas altercações chatas que nem atam nem desatam, condenadas a um empate técnico?

O resultado mais comum destas discussões parvas é um dos protagonistas dizer:" prontos, tu ficas com a tua que eu fico com a minha".

Reparem que disse prontos, e não pronto. É da região das beiras, este. Não é de Lisboa, não.

E cada um vai à sua vida, sem resolver aquela discussão chata.

Pode até suceder que nessa mesma noite, enquanto pratica o coito com a esposa (pode também ser com a amante, não devemos ser tacanhos), esteja com a mente a pensar: "Catano, ora o coração vai para o senhor Antunes, que tem um sopro vai para 12 anos, os pulmões vão para a dona Carla, que passou mais de vintanos (a pinta desta palavra, vintanos) a inalar fumos tóxicos naquela fábrica de curtumes de Alcobaça, e a figadeira vai para um sobrinho meu, e garanto que nunca mais lhe dou um camião TIR cheio de whisky pelos anos.

 Mas o doutor Alcides não concorda, carachas...

E a verdade, a verdade verdadinha é que é isto que sucede, a bem dizer a maioria das vezes, porque ninguém pode desempatar a questiúncula.

Mas eis que Deus nosso senhor se revela, ainda que lá longe, por terras muçulmanas.

E diz: "Naaa, eu vou é acordar o chavalo". Sim, chavalo, que Deus é um nerd azeiteiro.

E o chavalo acorda, mesmo a meio da discussão sobre o destino dos orgãos.

E diz:" mas querem ver que já não se pode dormir, catano? Mas querem ver que um gajo não pode padecer de um aneurisma, de um avc, de uma hemorragia e de um acidente de viação durante três mesitos que nos querem grampear logo os orgãos? Dasse".

Prontos, discussão desempatada. Reparem novamente no prontos.

E nisto decidem que o chavalo vai passar o natal a casa.

Decisão essa considerada polémica pelo pai do chavalo, que referiu a um tablóide:

"Não estava a contar com ele para a ceia, e nem prenda lhe comprei, isto assim não tem jeito nenhum, sou sempre o último a saber. Ele herdou isto da mãe, que nunca me contava segredos, eram sempre os vizinhos a contar, olha,  esteve aqui o leiteiro, o padeiro, e toda a equipa do Arrifanense".

Vidas.

domingo, 13 de novembro de 2011

Breve explanação sobre Suva, Alofi, profetas, e fusos horários. E barbecues, também.

Aprecio os profetas. Em particular os que defendiam que o mundo ia acabar no passado dia 11/11/11, pelas onze horas, onze minutos e onze segundos.

Queria agradecer-vos pela imaginação, e pelo entretém que me providenciam, de tempos a tempos.

Deixo-vos, no entanto, um conselho. Antes de anunciarem que o mundo vai acabar num dado dia, a uma dada hora, num apocalipse infernal, lembrem-se de uma coisa que vos afecta a teoria como uma quebra de energia eléctrica afecta o fulano que está com respiração assistida num hospital sem geradores.

Os fusos horários. É, os fusos horários.

É que gostaria que me explicassem como é que o mundo acaba numa dada hora certa num apocalipse infernal para os tipos que moram, por exemplo, em Suva, nas ilhas Fiji, enquanto que os tipos que moram a escassos quilómetros a leste dali, na ilha de Alofi, ainda têm 24 horitas porreiras para viver, antes de verem chegada a hora quentita do apocalipse infernal.

Não faz muito sentido, pois não?

É que, se o vento estiver para leste, os tipos de Alofi ainda sentem o cheiro a barbecue do apocalipse infernal de Suva, e ainda é bem capaz de um tipo achar que o primo, habitante de Suva, que lhe deve uns dinheiros desde Setembro do ano passado anda a gastar dinheiro em festas e churrascos e ainda por cima não o convida.

E isto é chato, porque o primo Suviense até está a morrer carbonizado e ainda tem que ouvir estas más línguas.

Portanto pensem nisto, caríssimos e prezados profetas, antes de enganarem as pessoas com teorias sem fundamento. Pensem na reputação delas, já que na vossa pensam pouco.

Os fusos horários são tramados, pá. São. Não, são.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Breve comentário sobre emigrantes, teleféricos, queijo da serra, águias zarolhas e hardcore.

Recomendo a todos os que me ouvem, mas em particular aos que me lêem (até porque se me ouvem algo de muito errado se passa convosco) que, e peço a vossa mais sincera atenção para isto, andem de teleférico.
Isto o quanto antes. E de preferência no teleférico da torre da Serra da Estrela.

Ah e tal, e porquê o da Serra da Estrela e não outro qualquer, um teleférico é um teleférico, pergunta um de vós, o mais audaz.

Porque, e peço a vossa mais sincera atenção para isto, é o único no qual me lembro de ter andado, e não sou menino de me pronunciar sobre o que não sei. Daí que os meus temas de conversa se resumam a política internacional, física quântica, e sexo. Sexo não, hardcore. Sexo falei muito nos meus tenros anos, antes de chegar às dez primaveras (até porque ninguém tem 10 primas Veras.... esta foi tão boa).

Agora o teleférico.

Chego ao topo de Portugal Continental numa bela manhã de Verão,  saio do carro e sinto aquele calor abrasador.

Perdão, frio aterrador.

Visto um casaquito e aproximo-me da cabana onde se vendem os bilhetes. Discreto e educado como sou, espero pela minha vez e apercebo-me do que me rodeia, entretanto.

Apercebo-me da águia que avistou o coelho, a 780 metros dali, direcção noroeste, e delicio-me com o vôo picado que executou, perfeito, sublime, até bater com a cabeça numa rocha e quinar.

O coelho ia morrendo também, mas de riso.

Apercebo-me da cueca fio dental enfiada na gaveta da octagenária. Porquê uma cueca fio dental numa octagenária, pergunta um de vós, o mais audaz. Bem visto, posso ter feito confusão, podia ser um lençol.

Apercebo-me de um diálogo entre uma senhora emigrante e o distintíssimo senhor que vende bilhetes.

"Xiiii" - diz a senhora - "meia hora é muito longe".

"---" - é a resposta do distintíssimo senhor que vende bilhetes.

"Mas..." - continua a emigrante - "se a gente quiser, podemos botar-nos abaixo, não podemos?"

"Está aqui um placard com as regras e são para cumprir" - cuspiu o distintíssimo senhor que vende bilhetes.

E é aqui que eu entro nesta história. Fartei-me de estar para aqui caladinho e tenho que dizer que, e peço a vossa mais sincera atenção para isto, se quiserem botar-se abaixo de um teleférico com seis metros de altura, pá, mandem-se. Melhor, amandem-se. Se acharem que meia hora é longe, botem-se do teleférico abaixo.

Se fizerem isso, já não se vão sentar a 50 centímetros da minha toalha, nem se vão descalçar mesmo ao meu lado, lembrando-me desnecessariamente que ainda não tinha comprado um queijo da Serra.

Nunca mais é Setembro.

P.S- Botar-nos abaixo. Tão bonito.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Melão, orangotangos, hipermercados, e cocó.

Por vezes deprimo-me com a falta de humor das pessoas, com a falta de leveza, de vontade de rir que demonstram, dia a dia.

É como se a vida, para eles, fosse comer, dormir e trabalhar. E isso é uma estupidez monumental. E faz-me sentir burro e embrutecido. O que me deprime.

Então, quando a vida me esbofeteia com essa falta de humor, faço uma e uma só coisa. Saio e observo as pessoas. E há poucos sítios para observar pessoas hilariantes como as grandes superfícies comerciais, digo-vos.

Esqueçam as comédias do Jim Carrey ou do Ashton Kutcher. Esqueçam o canal parlamento. Isso é para meninos rirem. E vocês são homens de barba rija, senão não estavam aqui.

Estava eu numa grande superfície, na secção da fruta, tranquilinho da vida, quando vejo 3 homens a pesar um melão. Desculpem, a tentar pesar um melão. Ficaram os três a olhar para a balança, daquelas em que temos que selecionar o fruto e imprimir a etiqueta, utilizando para o efeito o monitor, sensível ao toque.

Só com essa cena, daqueles orangotangos a olharem para a balança, ia trespassando um lábio com os dentes, com o esforço para não rir.

"Como é que se paga, paga, como é que se paga, é que se paga, como é que se paga, no sei como é que se faz para pagar, PAGAR, como é que se  PAGA, ai como é, ai ai como é que se paga" - diziam uns para os outros, e para si mesmos.

Cerca de 30 segundos depois, isto depois de uma algaraviada que não consegui descortinar, o macho alfa dirige-se a um funcionário da charcutaria e debita um chorrilho de palavras, entre as quais melão, balança, coçar, e cocó.

O funcionário ter-lhe-á dito, para o despachar, que casas de banho só no exterior do hipermercado.

E eis que quando o macho alfa retorna ao bando, o chalenger (ou macho com aspirações a ser o macho alfa) tem um momento iluminado. Perdão, julga que tem um momento iluminado.

E grunhe:" Ahhhhhhhhhh, é isto, catano, é isto pois, tá aqui. É o que a gente quer, no é?"

E os outros, em uníssono, logo a saltar de excitação e a salivarem:" é é, não, é, pois é, é pois, a gente quer é pinar, quer-se dizer, pagar".

E vai daí que o orangotango que pretende ser o macho alfa carrega na tão desejada tecla, certo que o controlo do bando será, doravante, seu.

E ouve-se, em toda a secção da fruta: "Caraças, pá, apagou tudo, temos que começar outra vez, pois, apagar, apagou".

Faz sentido. Apagar apaga. Como acender acende e escrever escreve.

A culpa é da professora primária deles. Não lhes ensinou a subtil diferença que um espaço entre duas palavras faz. Esse lapso da docente, há 40 anos atrás, teve agora, uma consequência enorme. Fez perder tempo àqueles energúmenos, o que é desprezável, mas deu-me um daqueles momentos que vale realmente a pena ver.

Obrigado, Professora primária do bando de orangotangos que vi no hipermercado a comprar melão.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A friend.

Um amigo não precisa de convite. Basta aparecer e é sempre bem-vindo.
Um amigo vem de outro Continente ao nosso casamento. Sem dormir. Sem sequer mudar de roupa. Vem, simplesmente. Cheira mal, à sovaqueira, mas vem. Fica numa mesa sozinho, mas está lá. As pessoas perguntam-me:
“A comida está estragada? Tá aqui um cheiro esquisito.”
Ao que eu respondo: “Naa. O meu amigo veio de África.”
Um amigo telefona sempre na hora certa. Se não telefona, porque é meio parvo, manda um sms. Ao menos isso.
Um amigo convida-nos continuamente para jogar futebol. Sempre, nunca desiste. A equipa dele é fraquinha, eu sei, e ele sabe que sozinho finto meia dúzia de adversários. Acaba por ser por motivos egoístas que me convida, o espertalhão, mas o que posso eu fazer? O meu talento precede-me.
Um amigo exige regras, na relação que mantém connosco.
1ª regra: Nunca se fala de intimidades com a namorada. Nunca. Isso é criancice e reles. Agora, se a relação, por motivos aos quais somos alheios, termina, a coisa muda de figura. Até porque é a trocar ideias que o mundo pula e avança.
 Até o Newton dizia: “Se vi mais longe, foi porque estava de pé nos ombros de gigantes”.
Posição esquisita, nos ombros de gigantes, um bocado kinky, mas génio era ele.
2ª regra: Começar as conversas por: “Olha quem é ele, o grande artista”. Mas com aquela entoação de quem está cheio de nove horas.
3ª regra: Nunca sair da casa de outro sem o acordar, depois de uma grande bebedeira a ver o Sporting. Não vá um gajo bolsar e morrer afogado no próprio vomitado.
Vomitado. Se calhar sou o primeiro dono de uma tasca na internet a utilizar a palavra vomitado.
Sempre na vanguarda.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Flores eternas

Que flor tão linda.

É o que se costuma dizer. E dir-se-á desta forma, divago agora, porque geralmente, a beleza de uma flor é efémera.O seu apogeu dura apenas umas horas, talvez uns dias, quando muito.
Talvez por isso, por serem tão breves, sejam tão apreciadas.

Mas digo-vos que as há eternas. É verdade. Há flores belíssimas que vivem eternamente, no seu primor.

Onde? No nosso coração.

Hoje farias sessenta e seis anos. Serias tão nova, ainda. E já passaram quase treze anos, desde que te vi pela última vez.

Linda, apesar de tudo.

Viverás linda e maravilhosa para sempre, com sempre querendo dizer até que eu morra. Nem um minuto menos.

E quem sabe mais, ainda.

Quem sabe...

sexta-feira, 27 de maio de 2011

A bridge over troubled water

Há pessoas que têm a capacidade de trazer à superfície o melhor que os outros têm.

E fazem-no naturalmente, genuinamente.

Posso dizer-vos que conheço uma pessoa assim. Que me conheceu, numa dada fase da minha vida. Tal como outras pessoas.

Que me convidava para almoçar, tal como outras pessoas.

Que, com o passar do tempo, criou uma relação de amizade comigo, tal como outras pessoas fizeram.

Mas que, apesar de poder ser apenas um entre outros, conseguiu sempre demarcar-se.

E conseguiu sobressair graças a uma integridade inalcançável, a um carácter inigualável, a uma honestidade inspiradora.

São estas as características que lhe reservarão para sempre um lugar único no meu coração.

E a humildade.

E o sentido de humor contagiante.

E a inteligência e competência acutilantes.

Hoje tive conhecimento de algo que ele "disse" ao mundo. Eis o que o foi:

"First they came for the Jews
and I did not speak out
because I was not a Jew.

Then they came for the Communists
...and I did not speak out
because I was not a Communist.

Then they came for the trade unionists
and I did not speak out
because I was not a trade unionist.

Then they came for me
and there was no one left
to speak out for me."

(Martin Niemoller - 1892-1984)


Há amargos, não de boca, mas do coração que não saram nunca...

Ser diferente, para melhor, pode ser uma cruz.

Pode fazer com que uma pessoa íntegra e boa se torne num pária, só porque teve a coragem que outros nunca tiveram, ou terão, até ao dia em que não restem judeus, ou comunistas, ou sindicalistas...

Nesse dia serão eles os visados...

E nesse dia, quando outros virarem a cara para o lado, ele estenderá a mão para os apoiar...

Obrigado por seres assim, amigo.

You`re a bridge over troubled water...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Eva Cassidy-Songbird




For you there'll be no crying
For you the sun will be shining
Cause I feel that when I'm with you
It's alright, I know it's right

And the songbirds keep singing
Like they know the score
And I love you, I love you, I love you
Like never before

To you, I would give the world
To you, I'd never be cold
Cause I feel that when I'm with you
It's alright, I know it's right

And the songbirds keep singing
Like they know the score
And I love you, I love you, I love you
Like never before

Like never before; like never before.




Nota do insignificante autor deste post:


A vida não pode ser só levar pancada, dia após dia. Não pode. Eu não quero que seja.


A vida tem que ser esta música, cantada por esta voz de anjo. Eu quero que seja.


sábado, 30 de abril de 2011

Breve conversa sobre bilhetes, milhões de euros, e viagens ao Paço Cidral.

Hoje venho dizer-vos para nunca tomarem nada como sendo certo.
Nada. Nem as viagens ao espaço. Pelo menos, as de ida e volta. Ok?

Enquanto almoçava, iniciei um tema de conversa que acabaria por ser revelar potencialmente fatal.

Para mim, pelo menos.

A meio de uma mastigadela de uma bela costeleta de vitela, lembrei-me de lançar o tema "viagens à orbita terrestre para ver o planeta azul de uma perspectiva simplesmente fucking amazing".

É claro que não disse "simplesmente". Afinal de contas, um dos interlocutores era o meu rico progenitor, e convenhamos que advérbios de modo não são com ele.

Como sou um tipo sensível, disse o mais distraidamente possível:"Pá, se eu tivesse guito suficiente, pá, apanhava um boleia num foguetão para ver a Terra de longe, e coiso".

"Mas isso custa milhões de euros" - refere o meu progenitor.

Toma que é para aprenderes, pensei para comigo. Ando para aqui a falar simples e ele mete-me no lugar, insinuando que a actual conjuntura sócio-económico-política não permite tais veleidades, sendo altamente improvável conseguir acumular o pecúlio que permita o concretizar desse sonho.

E isto tudo enquanto amarfanhava uma costeleta com dois quilos e duzentos, com um ar troglodita completamente mal fingido. Sem sequer olhar para mim. A mim não me engana ele.

Estoicamente, encaixei a ofensiva do meu rico progenitor e balbuciei, ainda zonzo: "Pois sim, mas a visão do nosso planeta há-de ser tão bela e transcendente que poderá levar o comum dos mortais à loucura, de forma que preferia uma semana em redor da Terra a comprar um Jaguar".

Vá, queres falar bonito, anda, responde-me agora, até te deixei com um zumbido nos ouvidos, aposto.

"Berrrp" - arrotou ele.

Mau, um arroto tanto pode significar um profundo desprezo pelo meu desprendimento para com o vil metal, como poderá significar uma concordância incipiente com a minha posição, mas não ao ponto de verbalizar um "sim, concordo". Mau.

E é quando eu estava já a suar em bica que a companheira do meu rico progenitor entra na conversa.

"Milhões de euros? Mas se calhar são muitos dias, não?"

"Por acaso deve ser no máximo uma semana" - respondi eu, a medo.

"Uma semana? Milhões de euros? Mas... ida e volta?"

Só consegui responder: "Sim, ida e volta..."

E ia desmaiando com o esforço para não me desmanchar a rir.

"Olhe faz favor, ó chefe, queria comprar, comprar não, adquirir um bilhete, um bilhete não, um ticket para ir ao Paço Cidral, mas só de ida, tá bom? Para cá apanho o bus 33. Obrigado, hã?."

quinta-feira, 28 de abril de 2011

And the Oscar goes to.... Dani Alves

William and Kate

Ohhh.

Vai acontecer mais um casamento real, ao qual não vou poder ir por motivos profissionais.

Ainda assim, espero que dure mais do que o da Sarah Ferguson.

Na tv não se fala de outra coisa que não seja do royal marriage entre o herdeiro da coroa britânica e a jovem plebeia.


Pessoalmente, acho redundante estar a referir que o William é o herdeiro da coroa britânica. Porquê?

Simples. Se o gajo fosse americano, não andavam por aí a dizer que era o casamento do Will e da Kate.

Era sim o casamento do Bill e da Kate. E assim sabiamos que o tipo era americano. Os americanos são práticos. Para quê dizer William se podemos dizer Bill?

Agora, acho o Bill um tipo muito inteligente.

Na minha opinião, se o Bill não fisgasse a Kate agora, provavelmente não a fisgaria mais.

E porquê? Simples. Eu explico.



Nesta fotografia dos longinquos anos 90, vemos o jovem Bill feliz e contente, e há aqui algo que nos salta imediatamente à vista: a semelhança incrível entre o jovem príncipe e a mãe, Diana.

A verdade é que aqui, o jovem Bill era capaz de engatar a bela Kate.



Mas o tempo é uma coisa lixada.





E é por causa de coisas inexplicáveis como esta que histórias como a do sapo e do príncipe são criadas.

Depois de olharmos para esta foto, e depois do grito de horror e de trocarmos de calças por motivos de higiene, deparamo-nos com, na minha opinião, a prova que alguns cientistas marados que se estão nas tintas para questões éticas andam a trocar os genes do pobre Bill.

Esses cientistas andam provavelmente a drogar o leitito achocolatado do príncipe e, mal o pobre adormece, surrupiam-lhe os genes da Diana e deixam lá os recessivos, os do príncipe Carlos.



E é com esta foto em que o Bill provavelmente está a gritar: "Yeeeaaahhh, i love cricket, and crochet" - que vos digo que se ele não fisgasse a Kate por estes dias, nunca mais a fisgaria.

Porque está a ficar cada vez mais parecido com o Carlos.

P.S - Nem tudo é mau, saliento. Imaginem que o Carlos e a Camila tinham um filho.
Com a beleza estonteante que herdaria do pai e, Deus, da mãe, o puto ainda acabava por vir estudar para cá, para aquela escola... ai, como se chama....  esperem, estou quase a lembrar-me.... hum, hum... o Zoo de Lisboa.

Livra.

sábado, 23 de abril de 2011

Os longínquos anos 80...

Ando a sentir-me extremamente sensível, por estes dias.

Principalmente quando vejo filmes antigos, da década de 80, com os actores que nessa altura estavam nos seus trinta anos.

E dou por mim a pensar que passaram 25 anos e que os então jovens actores têm hoje cinquenta e tal anos, alguns quase a entrar nos sessenta.

E penso que daqui a 25 anos estarei na mesma situação que eles.

Parvoíce a minha. Terei a mesma idade que eles têm agora, mas não terei, quase de certeza, os milhões de dólares/euros que eles têm na sua conta bancária.

Mas também não é isso que realmente importa. Se quiserem reler, por esta altura, a primeira frase do parágrafo anterior, verão que se encaixa perfeitamente.

Mas insisto, não é o dinheiro que importa realmente. Se fosse, há muito que teria aceite ir trabalhar fora do país, e ganharia muito dinheiro, e conviveria profissionalmente com pessoas que me transmitiriam experiência e conhecimento.

Em vez disso, opto por viver algo de diferente. A família, e os amigos. Para mim, tesouros de valor incalculável.

Mas este pequeno planeta que nos carrega a todos nunca mais passará exactamente por este ponto que agora cruza, no espaço infinito. E isso significa que, por mais que julguemos que os dias se repetem para sempre e que o que não fazemos hoje poderemos fazer amanhã, estamos errados.

Completamente errados.

E é isto que por estes dias sinto, uma vontade enorme de conhecer, viajar, sentir, conhecer, experimentar, provar, de gravar na memória aquilo que um dia, daqui a muitos anos, espero, me vai acompanhar para outro sítio, se este existir. Serão todas essas vivências que me colocarão um sorriso nos lábios, nesse dia.

E como é que eu sei que é isto que sinto, e não outra coisa qualquer?

Bem, porque não tenho os mamilos sensíveis e também porque não sou gaja. Se fosse, isto tudo não era mais do que TPM.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

The thought of the day...

Some people believe in God.
I believe in music.

Some people pray.
I turn on the radio.

Este pensamento não foi originalmente meu. Mas até me define, de certa forma.

sábado, 2 de abril de 2011

Esclarecimento sobre a vida pessoal do meu primo. E sobre como fazer um upgrade para efectuar felácios.

Tenho um primo que está a atravessar uma fase complicada da vida. Explorava um café, que entregava durante a semana à esposa, e trabalhava por conta de outrem, longe da localidade onde possuíam o café.

Que seca, estarão vocês a pensar. E nós com isso, o que é que isso tem de interessante? Porcaria de post que não fala de sexo, ou de futebol, ou de elevadores. Isso sim, é giro e tem graça.

Cambada de impacientes, é o que vocês são.

Acabo de descobrir que se utilizarmos as mesmas palavras no nosso discurso, o interesse das pessoas mantém-se, não esmorecendo.

Sendo assim, vou tentar utilizar as mesmas palavras que utilizei até aqui: Entregava, possuíam, esposa, outrem.

Cá vai.

O problema do meu primo é que, enquanto ele estava fora, a esposa dele se entregava a outrem, e outrem, e outrem, e que estes a possuíam à força toda.

O meu primo, esse, sempre foi daqueles tipos lixados com a filosofia de "olho por olho, dente por dente".

Vai daí que fez o quê? Nada. Nadinha.

Nem partiu a dentana dos tipos que andavam a copular com a mulher, nem partiu a dentana à mulher.

E isso enaltece o espírito altruísta e abnegado do meu primo. Não espancou os tipos que conheceram profundamente a mulher porque, aposto, teria que espancar metade dos homens das freguesias da redondeza. E provavelmente algum acabaria por escapar. E o meu primo é daqueles que não gosta de dar a uns e a outros não. Se é para espancar, espancam-se todos. Se isto não for possível, não se espanca ninguém.

Atitude admirável.

Não ter espancado a mulher foi uma atitude calculista. Ao partir-lhe os dentes todos só estaria a torná-la fisicamente mais apta a desempenhar as funções de rameira que tão bem já ela exercia.

Ser-se traído ainda vá, agora ajudar a mulher na profissão que desempenha... isso não.

Seria quase como pagar-lhe os estudos.

O que é engraçado é que a minha ex-prima foi viver com um dos seus namorados, provavelmente, o que tinha a conta bancária mais bonita.

E, desde que vive com ele, parece que já caiu duas vezes, ficando com a cara toda negra, de um dos lados...

Toooomaaaa....

Conciso texto sobre vida animal e Darwin. E elevadores.

A probabilidade de encontrarmos, em pleno século XXI, um ser humano que esteja habituado a viver numa cidade, e que não faça a mais pálida ideia de como usar um elevador, é escassa.

Mas pode acontecer.

Um destes dias, após colocar o meu carro na garagem, chamo o elevador. O elevador do meu prédio, presumo que tal como muitos espalhados pelo mundo fora, termina o seu curso na garagem. Portanto, à partida só será utilizado nesse piso por pessoas que tenham acabado de estacionar as suas viaturas (o meu caso) ou por pessoas que queiram ir buscar o veículo à garagem.

Foi, por isto, com alguma surpresa que, quando a porta do elevador se abriu, vi um casal, pais de um vizinho meu, a olhar para mim com ar surpeendido.

"Ah, e tal, nós queríamos ir para o 2º andar..."

Aposto que queriam - pensei eu dizer. Mas pelo vosso olhar vivaço, e pelo ridículo da situação, deduzo que seja uma sorte o senhor não ter o soutien da senhora calçado no pé esquerdo, e a senhora ter o baton nos lábios e não nas unhas. Vá lá vá lá. Sorte.

Mas em vez da ironia, optei pelo socialmente correcto: "Ah, devem ter-se esquecido de carregar no botão."

Entrei no elevador, e carreguei no 0, para passar pela caixa do correio.

A porta abre-se, eu saio, vejo o correio, e quando reparo, vejo a esposa do senhor já fora do elevador, a olhar para o marido.. O marido, esse, continuava dentro do elevador, a olhar concentradíssimo para o painel dos botões.

Concentradíssimo. Um bocadinho mais de concentração provocar-lhe-ia uma trombose, seguramente. Estava à espera de qualquer coisa, não sabia eu ainda do quê. Mas eis que a vida me dá mais um surpresa linda.

Quando a porta do elevador começa a fechar-se é que o senhor, ágil como um puma, decide sair do elevador.

Ágil como um puma. Mas com um ombro de panda. Lentinho, que o bambu não é conhecido pelas suas capacidades energéticas.

E pumba, em cheio com o ombro na porta do elevador.

Mais uma vez, lembrei-me de sacar do cartão amarelo e do apito, e admoestar o elevador. Mais uma e vais para a rua, gritava-lhe.

Mas  uma vez mais optei pelo socialmente correcto, fiz-me despercebido, e disse até amanhã ao inteligente casal.

Dias depois, chego novamente a casa, estaciono novamente o meu carrito (a minha vida é um tédio, sempre a mesma coisa).

Chamo o elevador.

E quando a porta se abre.... novamente o raio do homem.

Isto destrói completamente a teoria de Darwin. Se a evolução das espécies se fizesse sempre a partir do indivíduo mais apto e inteligente, este senhor teria morrido nos primórdios da nossa existência, ainda na savana.

Darwin estava errado. É o que vos digo. Darwin estava errado. Ou então a teoria da evolução das espécies só é válida com tentilhões.

sábado, 12 de março de 2011

Profile of a freak

Olívia é uma mulher solitária, que tem como únicas companhias o trabalho e um pedaço de madeira já parcialmente gasto, junto à banheira, que usa para.... para.... coçar os calcanhares, amolecida a pele gretada, pela água quente.
Para uma maior envolvência do leitor, decido agora, sem quê nem porquê, mencionar que esse pedacito de madeira, outrora um mastro, assume a forma fálica. Mas ela usa-o somente para os pézitos gretados. Ok?

Penso que estamos conversados quanto a isso. Adiante.

Olívia é uma mulher amargurada, nesta fase da sua vida. O primor da sua vida já passou, e os 50 estão mesmo aí a chegar. Olívia levanta-se, e, enquanto as gotas de água pingam do seu corpo ossudo e anguloso, repara nos seus pés, mais propriamente nos dedos dos pés, terrivelmente grandes.

Agora que penso nisso, vem-me à mente aquela cena do Jurassic Park, em que o pequeno Timmy está na cozinha, e os velociraptors batem com aquelas unhacas no chão... Será que era a Olívia?

É possível.

Talvez Olívia gostasse de ter família, alguém que a amasse, que a aconchegasse à noite. Talvez um, ou mesmo dois filhos de volta dela a gritar e a pedir atenção. Talvez isso a fizesse ser mais alegre. Talvez, e isto já será abusar, a fizesse sentir.

Não. Penso que não. Olívia não deve querer nada disto. Até porque para ter um marido, ou filhos, temos que ser altruístas, abnegados, temos que alterar radicalmente a hierarquia das nossas prioridades.

Já não é o "eu" que importa mais, mas sim "eles". Os filhos, o marido.

E Olívia é incapaz de alterar essa hierarquia. Aliás, nela não há sequer hierarquia, há um ponto único. Ela.

Daí que Olívia passe os seus dias a sugar o esforço e a inteligência dos que a rodeiam, aproveitando tudo o que de bom daí advém, e sacudindo a responsabilidade para os outros, quando algo corre mal.

Daí que Olívia não mereça o respeito ou a consideração de ninguém, e, talvez, a solidão dela não se deva a uma opção, mas seja antes uma consequência...


Hurts - Wonderful Life - É, a vida é mesmo maravilhosa...

O início...

Agora é que vai ser.
Ui, agora é que vai ser.
Consegui convencer uns tansos a comprarem-me um computador, outros tansos a pagarem-me a ligação à net, e, uh-ah-ah-ah-ah, outros ainda a criarem-me um e-mail e um blog.

Uh-ah-ah-ah-ahahahaha, cof cof.

Isto de rir maquiavelicamente dá um comichão do caraças na garganta.

E porquê "O bom rebelde", perguntam vocês, e bem?

Bem, porque é o que eu sou. Sou rebelde, o que é que hei-de fazer?

Se me apetece arrancar uma pele junto a uma unha, arranco. Se me apetece soltar um traque num elevador pejado de crianças, solto. Se lá estiver um adulto, espero até ele sair, e depois solto, não vá o tipo perceber e mandar-me um olhar reprovador. Mas solto sempre, porque eu faço o que me apetece. Sou rebelde, é o que é.

Se me apetece dormir sem almofada, durmo, mesmo sabendo que no dia seguinte vou andar todo torto, o chamado "andar à ganso".

Se me apetece comer macDonalds uma semana inteirinha seguida, como, não vai ser a diarreia que me vai impedir. Ando de fralda, mesmo que fique assado.

Daí que o título escolhido para este blog tenha sido este, em detrimento de "Copinho de leite" e "cocózinho da mamã". Por uma unha negra, é certo, mas foi o que se revelou mais parecido comigo.

Agora tenho que ir andando, porque a minha mãe quer que eu vá estender a roupa e arrumar o meu quarto. Tenho quase 35 anos, pá, não tenho idade para andar a estender roupa, mas adoro a sopinha dela.

Até mais.