domingo, 13 de novembro de 2011

Breve explanação sobre Suva, Alofi, profetas, e fusos horários. E barbecues, também.

Aprecio os profetas. Em particular os que defendiam que o mundo ia acabar no passado dia 11/11/11, pelas onze horas, onze minutos e onze segundos.

Queria agradecer-vos pela imaginação, e pelo entretém que me providenciam, de tempos a tempos.

Deixo-vos, no entanto, um conselho. Antes de anunciarem que o mundo vai acabar num dado dia, a uma dada hora, num apocalipse infernal, lembrem-se de uma coisa que vos afecta a teoria como uma quebra de energia eléctrica afecta o fulano que está com respiração assistida num hospital sem geradores.

Os fusos horários. É, os fusos horários.

É que gostaria que me explicassem como é que o mundo acaba numa dada hora certa num apocalipse infernal para os tipos que moram, por exemplo, em Suva, nas ilhas Fiji, enquanto que os tipos que moram a escassos quilómetros a leste dali, na ilha de Alofi, ainda têm 24 horitas porreiras para viver, antes de verem chegada a hora quentita do apocalipse infernal.

Não faz muito sentido, pois não?

É que, se o vento estiver para leste, os tipos de Alofi ainda sentem o cheiro a barbecue do apocalipse infernal de Suva, e ainda é bem capaz de um tipo achar que o primo, habitante de Suva, que lhe deve uns dinheiros desde Setembro do ano passado anda a gastar dinheiro em festas e churrascos e ainda por cima não o convida.

E isto é chato, porque o primo Suviense até está a morrer carbonizado e ainda tem que ouvir estas más línguas.

Portanto pensem nisto, caríssimos e prezados profetas, antes de enganarem as pessoas com teorias sem fundamento. Pensem na reputação delas, já que na vossa pensam pouco.

Os fusos horários são tramados, pá. São. Não, são.