sexta-feira, 15 de julho de 2011

A friend.

Um amigo não precisa de convite. Basta aparecer e é sempre bem-vindo.
Um amigo vem de outro Continente ao nosso casamento. Sem dormir. Sem sequer mudar de roupa. Vem, simplesmente. Cheira mal, à sovaqueira, mas vem. Fica numa mesa sozinho, mas está lá. As pessoas perguntam-me:
“A comida está estragada? Tá aqui um cheiro esquisito.”
Ao que eu respondo: “Naa. O meu amigo veio de África.”
Um amigo telefona sempre na hora certa. Se não telefona, porque é meio parvo, manda um sms. Ao menos isso.
Um amigo convida-nos continuamente para jogar futebol. Sempre, nunca desiste. A equipa dele é fraquinha, eu sei, e ele sabe que sozinho finto meia dúzia de adversários. Acaba por ser por motivos egoístas que me convida, o espertalhão, mas o que posso eu fazer? O meu talento precede-me.
Um amigo exige regras, na relação que mantém connosco.
1ª regra: Nunca se fala de intimidades com a namorada. Nunca. Isso é criancice e reles. Agora, se a relação, por motivos aos quais somos alheios, termina, a coisa muda de figura. Até porque é a trocar ideias que o mundo pula e avança.
 Até o Newton dizia: “Se vi mais longe, foi porque estava de pé nos ombros de gigantes”.
Posição esquisita, nos ombros de gigantes, um bocado kinky, mas génio era ele.
2ª regra: Começar as conversas por: “Olha quem é ele, o grande artista”. Mas com aquela entoação de quem está cheio de nove horas.
3ª regra: Nunca sair da casa de outro sem o acordar, depois de uma grande bebedeira a ver o Sporting. Não vá um gajo bolsar e morrer afogado no próprio vomitado.
Vomitado. Se calhar sou o primeiro dono de uma tasca na internet a utilizar a palavra vomitado.
Sempre na vanguarda.

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